Os sindicatos de arquitetos e urbanistas vêm lutando para ganhar voz no debate sobre os planos diretores das cidades brasileiras e assegurar que haja uma discussão profunda sobre eles com todas as parcelas da sociedade. A ação de três estados nesse sentido foi detalhada em reunião do 44º ENSA nesta sexta-feira (4/12). O encontro, mediado pelo diretor da FNA, Patryck Carvalho, contou com manifestações do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado do Rio Grande do Norte (Sinarq-RN), do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado de Santa Catarina (SASC) e do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado da Bahia (Sinarq-BA).
Representando o estado da Bahia, a arquiteta e urbanista e diretora do Sinarq-BA, Paula Moreira, relatou a ação do sindicato junto a movimentos populares pela manutenção da Zona Especial de Interesse Social (Zeis) Tororó, em Salvador. Segundo ela, em plena pandemia, o conflito estabeleceu-se quando foi apresentado projeto de construção de um shopping center na região, obrigando a remoção de 40 famílias que há anos vivem no local. “Antes disso, o sindicato já vinha se articulando para questionar a questão sanitária e as diferenças expostas pela pandemia na cidade de Salvador em função da desigualdade social, que segrega 70%, 80% da população”, ponderou.
Em defesa da comunidade, iniciou-se articulação para acionar a Defensoria Pública para garantir o direito à moradia. Paula alertou que é preciso fortalecer o direito das comunidades uma vez que há milhares de pessoas que vivem nessa condição. “Este é um papel que estamos assumindo e é uma experiência importante para projetar o sindicato junto às comunidades. É preciso mostrar que existe uma parcela dos arquitetos e urbanistas que pode atuar com esse tipo de questão dentro da cidade”.
Fonte: FNA